O número de homicídios em regiões quilombolas no Brasil subiu de 8 para 14 entre o ano passado e setembro de 2017 atingido quase 100% de aumento. A Bahia é o estado mais violento com o total de 10 mortes registradas. O levantamento foi divulgado essa semana pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

Ainda segundo a Conaq, nos dados do Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, apenas dois assassinatos contra lideranças foram cometidos entre os anos de 2011 e de 2016.

Na microrregião de Senhor do Bonfim (BA), o município de Antônio Gonçalves (BA) é o que se destaca. Nos últimos meses dois casos registrados ainda estão sob investigação pela polícia.

Em entrevista ao jornal 98 Notícias, o agente pastoral da Comissão Pastoral da Terra (CPT-BA), Cláudio Dourado Oliveira, afirmou que o crescimento dos crimes está relacionado à disputa por terra entre grandes fazendeiros e povos tradicionais.

Outro motivo é a crise política que influencia o travamento de ações responsáveis por propiciar a qualidade de vida no campo. A demora da justiça em localizar e punir culpados é outro agravante, de acordo com Cláudio.

A Comissão Pastoral da Terra faz parte da igreja católica e tem dialogado com movimentos sociais e entidades, como conselhos de segurança pública, para pacificar as áreas de quilombos.

 

Confira no áudio:

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Redação do site da 98 FM