Produtores e trabalhadores do sisal relatam que estão vivenciando os prejuízos causados pela continuidade da crise que afeta a cadeia produtiva na zona rural de Campo Formos (BA) há mais de dois anos.

No 98 Notícias desta quinta-feira (23), o produtor do setor, professor Herácliton Neves Araújo, conhecido por professor Herinho apontou que a pandemia está entre os principais fatores que contribuíram para a situação.

“Poderíamos relacionar essa crise a fatores externos e internos. Como fator externo poderíamos atribuir essa queda nos preços a instabilidade no mercado devido a questão da pandemia. O sisal brasileiro é exportado para vários países da Europa, para os Estados Unidos e de longe nosso maior parceiro comercial é a China (…) Temos a volta do fantasma inflação, do aumento do preço do combustível poque as máquinas que a gente usa aqui na região, chamada de máquina paraibana, ainda é movida a diesel”, comentou o professor Herinho.

Outro problema relatado são os preços defasados apresentados pela estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).“A política de garantia de preço mínimo da Conab está defasada (…) A obrigação dos técnicos é vir aos munícipios de dois em dois anos fazer um levantamento de custo para fazer a correção do preço (…) Preço do sisal tá em torno de R$ 3,36 pra o Governo Federal”, afirmou professor Herinho.

De acordo com o produtor, no ano passado os preços no mercado chegaram a R$ 4,80, porém hoje variam de R$2,7 a R$ 2,90, uma queda de mais de 50%.

Na entrevista, o produtor Herácliton disse que na comunidade de Tiquara foi criado o movimento “Acorda Tiquara”, que tem a finalidade de discutir a crise, soluções e cobrar soluções em órgãos públicos. “Fomos até a Câmara de Vereadores para cobrar políticas neste sentido (…) Ano passado fomos a Nova Palmares, foi um marco muito grande na luta da cadeia produtiva. De lá nasceu o Movimento Pró-sisal envolvendo empresários, exportadores, produtores [sic]”, citou.

Redação do site da 98 FM de Campo Formoso (BA)