O líder da oposição na Câmara de Vereadores de Campo Formoso (BA), João Pedro (PT), disse em entrevista ao 98 Notícias desta quarta-feira (21) que o Ministério Público Estadual recomendou abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o uso de grandes quantias de recursos públicos pela Prefeitura para realização de festa atípica no município entre os dias 9 e 11 deste mês.

“O Ministério Público não compreendeu a razão pela qual tantas festas foram realizadas ao longo deste ano, inclusive às vésperas de eleições, e instaurou um processo administrativo que não tenho dúvida alguma que irá culminar com alguma representação, mas também orientou esta casa que buscasse os meios legais e o instrumento que nos cabe é instauração de uma CPI”, disse o vereador João Pedro.

O parlamentar disse ainda que a Câmara deverá coletar assinaturas de vereadores para abrir a CPI para iniciar a investigação, inclusive da construção do parque de eventos.

“(…) que esta casa busque instrumentos para fiscalizar a obra da construção do parque de eventos, da festa que lá foi realizada, da aquisição do terreno, porque são cifras que hoje beiram cerca de R$ 20 milhões, sendo que o município passa por diversas dificuldades”, afirmou.

Em entrevista ao 98 Notícias desta quinta-feira (22), o prefeito Elmo Nascimento (União Brasil) afirmou que a contratação de atrações e da estrutura terceirizada do Festival das Esmeraldas não ultrapassou R$ 1.830.000,00.

Sobre o Ministério Público, nós temos uma relação independente e respeitosa. Recebi no gabinete o promotor, e lá ele fez algumas recomendações, dentre elas a publicidade dos gastos. Tudo o que a gente contratou foi publicado no Diário Oficial do Município (…) DJ Bhasckar custou R$ 70 mil, Banda Harmonia do Samba custou R$ 160 mil, o cantor Weslei Safadão, um dos mais famosos do Brasil R$ 600 mil, a cantora de MPB Kell Smith R$ 90 mil, o cantor Léo Santana R$ 220 mil, o cantor Natanzinho R$ 200 mil, Bell Marques R$ 350 mil, e a Kart Love R$ 60mil, totalizando um R$ 1.830.000,00 (…) A estrutura foi licitada e a empresa pagou R$ 11 mil,” disse o gestor.

Ainda segundo o prefeito, os investimentos de aquisição do terreno e a estrutura permanente do parque de eventos custaram cerca R$ 9 milhões. “Foi ventilado na Câmara a abertura de uma CPI (…) Não tiveram o cuidado de mandar o ofício para a Prefeitura, não tiveram o cuidado de visitar o parque de eventos para saber, para fiscalizar. O promotor foi fiscalizar porque convidei (…) Fiz questão de chamar meus vereadores para propor na Câmara uma audiência pública, aí eu vou. Mas ao mesmo tempo vou propor uma CPI da vendas dos terrenos de parentes de vereadores”, comentou.

O Ministério Público não se manifestou ainda à reportagem da 98 FM sobre o assunto.

Redação do site da 98 FM