A crise na comercialização do sisal passou a afetar trabalhadores da zona rural de Campo Formoso (BA). Em entrevista ao 98 Notícias desta quarta-feira (14), produtores da região de Tiquara disseram que no final de semana passado a matéria-prima foi rejeitada durante a feira livre da localidade.

“Nunca vi uma situação crítica em relação ao comércio de sisal. Nós tivemos uma queda drástica de preços por semanas e nesse último sábado eu presenciei o sisal voltando da praça sem que o comerciante aceite esse sisal já pronto para comércio (…) A informação é que chega até a gente e que o mercado internacional, a china, os EUA, que são os maiores compradores, não estão comprando no momento, mas não temos um esclarecimento maior do motivo dessa paralisação do comércio“, disse o produtor Eractu.

De acordo com o produtor Djavan Silva da localidade de Varzinha, próximo à Tiquara, com a rejeição do sisal, o programa Auxílio Brasil é o que está garantindo a compra de alimentos das famílias.

“A economia da Tiquara é basicamente o sisal, é como se fosse um efeito dominó, onde o trabalhador do sisal é a peça fundamental, é o que tá mais sofrendo, em seguida o dono do motor, o proprietário da terra, e também o mercado que mais tá sofrendo também (…) As famílias estão com dificuldades, se não fosse o Auxílio Emergencial, neste momento pode ter certeza que muita família estaria passando fome literalmente“, disse.

Ainda de acordo com o produtor Eractu, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que é responsável pela compra e precificação do sisal, poderá destinar uma equipe para avaliar a crise em Tiquara.

“Nossa dificuldade hoje é que até o preço mínimo da Conab está aquém daquilo que o produtor precisa para manter a família com dignidade (…) Tivemos uma conversa com secretário de agricultura e que estes encaminhamentos já estão sendo feitos juntos à Conab, e que possivelmente haverá a visita em poucos dias dos técnicos para tratar dos preços possivelmente da compra do sisal“, afirmou.

Redação do site da  98 FM